Wednesday, September 29, 2010

sem palavras

Noite de silêncio que te escuto sem falares
a lua espreitou-me na penumbra
dia sonoro que me falas sem ondas destes mares
os raios de um sol que me deslumbra
esbatem-se no corpo quente e exposto
a sombra do chapéu protege o teu rosto
o cenário compõe-se nesse momento
nuvens aproximam-se timidamente
ameaçando pinta-lo de cinzento
mas sem mudar aquilo que se sente

Sunday, September 26, 2010

Deslocado

Sentir-me só e mal amado, abandonado por espaços, entre ruelas e travessas, sentir o mundo às avessas, a noite errante e o dia mais distante, o tempo avança e não acalma a impaciência que sinto, a chuva refresca-me pouco, tudo neste momento não é louco como gosto, aposto que estou errado em muito do que penso, nada é intenso como eu esperava, não faço planos nem entro em enganos, pois a espontaneidade ainda me alimenta neste mundo que me atormenta e me mantém deslocado...

Friday, September 24, 2010

As palavras são linhas
Os actos são essenciais
O silêncio é profundo
Leva-nos a novos mundos
Mundos mudos
Mudo de atitude
Mudamos de latitudes
Continuamos nas virtudes
Queremos algo mais
Somos humanos
Seremos espartanos
Sempre e nunca atentos
De novos alentos
Algo que nos separa e una
Pois a vida que temos
Não pára nunca
Continua e faz-nos pensar
Pois as palavras
As palavras são nossas
Tuas e minhas

Wednesday, August 25, 2010

palavras

As palavras que ouvi de ti
As frases que compuseste
O diálogo que estabelecemos
A química que ultrapassou a física
Foram meras palavras
Sim é mentira
Foram velas a arder no meu âmago
A iluminar-nos
Quero ouvir-te de novo
Chama por mim
Toca-me no meu regaço
Não me deixes sem um amasso...

De pés bem assentes na terra

Encontramo-nos
Eramos unidos e confiantes
A luz estava do nosso lado
A bola estava a nosso favor
Dividimo-nos como amantes errantes
Começou o nosso fado
Acabou o nosso amor
A frustração apoderou-se de nós
Não estávamos sós
Mas fomos superados
Saímos como mal amados
O realismo impera agora
Terminou e vou embora...

Friday, August 20, 2010

Encontrei-te...
Toquei-te, abraçamo-nos
Beijei-te, não, beijamo-nos
Tocaste-me no profundo sentimento
Penso em ti
Não sei se pensas no mesmo
Desejo-te agora
Vem comigo embora
Vamos perder-nos
Neste momento
Agora, ontem e amanhã
Vamos até ao fim
Até ser dia
Até chegares a mim
Os teus lábios tocam os meus?

Wednesday, August 18, 2010

Quero...
Não esqueço o que penso
Não penso no que devo
Perco-me no percurso
Esqueço-me de mim
Não esqueço a alma
Ela está sempre presente
O meu coração pressente
Está junto à minha palma
Esquerda ou direita
Não interessa
Não há pressa
Há algo à espreita
Algo que não esqueço
A vida é um caminho
Que percorro sozinho
Não adormeço
Nem sofro de dormir
Quero sorrir
...quero

Sunday, August 15, 2010

Levas-me onde não quero
Vou contigo e fico pelo meio
Muitas vezes me queres
Muitas vezes fico no teu seio
Não olhas a meios
Não olho para ti
Eu não penso no que faço
Nem penso no teu traço
Penso no que me fazes
Escrevo umas frases
E consumo o que me dás

Wednesday, August 11, 2010

Fujo do meu refúgio
Corro a teu socorro
Não me escondo de nada
Perco-me pelas tuas ruas
A estrada corre até onde quero
Ando pelas ruas da amargura
Dizem que a vida é dura
A vida não é o que espero
A vida é minha e de todos
Todos temos o nosso momento
É bom ter um alento
É bom seguir-te
Deixas-me extasiado
Tu conheces o meu fado
Sabes que sou mal amado
Sou como todos nós
Todos diferentes e iguais
Estranhos e banais
Neste mundo em mudança
Neste planeta terra
Que me mudou desde criança...

Wednesday, July 21, 2010

Inépcia, esse termo que me apoquenta. Não saem da minha cabeça sinónimos idênticos como a inércia de não ter agido. Não me sai da cabeça o termo foragido, como se da felicidade fosse.
Não é hora de lamentações, mas sim de andar para a frente, pôr um sorriso na cara, nem que seja fingir-me de contente. Não posso ficar triste, pelo menos evitar o espontâneo sorriso amarelo e dar um passo em frente.
A minha escrita não me anima, nem convence o auditor da minha alma.
Preciso ter calma e dar um passo de cada vez.
A vida não acaba hoje, a vida não acaba amanhã, a vida acaba nunca...

Friday, July 16, 2010

sentido(s)

Ouço, escuto-te, olho e vejo-te
Não te apercebes da minha presença
Continuo a sentir-te na minha pele
Cheiro à minha volta
Saboreio e delicio-me contigo
Não sei se vou parar
Parar é morrer e não sei se consigo
Quero continuar
Ir para a frente sem olhar
E sem te meteres comigo
Virar a página e acabar o livro
Esquecer o prefácio
O enredo e o fim
Nada de posfácio
Nem contracapa para mim
Leio-te e quero ser iletrado
Lembro-me de ti
E quero ser um desapaixonado
Não quero esquecer
Pois a vida dá-nos marcas
Experiências boas
E ensina a viver

Thursday, July 01, 2010

Lá do alto do trono onde não estou, escrevo-te para onde não vou, não sei o que escrevo nem a mensagem que transcrevo, não sei sequer o que quero transmitir, mas sei que me quero exprimir, seja de que forma for, seja de qualquer a cor, eu sei que escrevo e a palavra aparece, o dia que amanhece, o sono não me acompanha, a vontade permanece e a cama não se amanha a jeito de me tirar desse trono...

Saturday, March 20, 2010

Palavras, solta-as o vento
saem da boca mas não saem do pensamento
compõem frases sem sentido
pequenos sonetos
ou versos de um poema
de um texto comprido

Sunday, February 28, 2010

versos

Eu tento fazer as coisas acertadas
mas por alguma razão só me saem as erradas
talvez por ser humano
ou insensato e insano

pergunto-me porquê e não descubro a resposta
respondo-me com outra pergunta
e continuo com a retórica

as coisas não são como queremos
e continuam os lugares comuns
quanto mais me aproximo mais me afasto
mais me questiono quase nada concluo
mas concluo que que estou confuso
abuso do meu sentimento de estado de sítio
de estado de sinto-me sozinho
neste mundo perdido no universo
versos crio, versos leio
escrevo um texto e meio
acabo agora e vou embora
não me sigas nem me chames
pois vou a caminho do destino