Wednesday, January 18, 2006

A língua portuguesa é muito traiçoeira

Eu sempre fui tímido, característica que me deixou muitas vezes embaraçado, até que hoje descobri que afinal sou atrevido! O dicionário assim o comprova:

tímido = acanhado = apertado = estreito = restrito = determinado = decidido = resolvido = combinado = ajustado = justo = legítimo = lídimo = autêntico = exacto = perfeito = completo = acabado = exausto = gasto = dispêndio = despesa = consumo = saída = partida = pirraça = desfeita = ofensa = lesão = dano = estrago = deterioração = ruína = degradação = aviltamento = depreciação = menoscabo = desdém = orgulho = soberba = altivez = sobranceria = arrogância = presunção = conjectura = suposição = hipótese = condição = distinção = preferência = predilecção = diferença = dissemelhança = desigualdade = irregularidade = falta = escassez = míngua = penúria = indigência = carência = necessidade = coacção = exigência = requisito = condição = carácter = marca = cunho = feição = figura = aspecto = semblante = rosto = cara = atrevimento

É sempre bom ter o dicionário por perto quando nos sentimos mais frágeis… Será?

Tuesday, January 17, 2006

Desabafo contido...

Porquê?

Porque é que as coisas tomam o rumo que não queremos e mesmo assim nada fazemos para impedi-las?

Porque é que tudo volta ao mesmo?

Será sempre assim?

Será que o problema é meu?

Se calhar a vida é mesmo um ciclo e cada pessoa tem uma frequência adequada, sendo a minha muito elevada.

Tenho saudades… De quê? De tudo!

A moral nasceu noutros tempos, hoje em dia apenas perdura porque já não nascem morais, apenas falsos moralistas…

Friday, January 06, 2006

Dia um

Data: 19 de Novembro de 2005. É chegado o dia de início da viagem ao Egipto! O dia começa cedo com um 1º percurso a pé desde o Campus Universitário de Aveiro até à estação, pelas cinco e pouco da matina, tendo a chuva e a bagagem como acompanhantes. Os sapatos começam a ficar molhados, dando lugar às meias e por sua vez aos próprios pés, à medida que chovia cada vez mais.

À chegada à estação a precipitação começa a ser menor, compro o bilhete de comboio para Lisboa e vou até à pastelaria mais próxima, tentando recompor-me da fome e do calor que entretanto se apoderou pelo meu corpo. Após uma água e um rissol do dia anterior deixo o guarda-chuva no café e sigo para a linha 4 a fim de esperar pelo comboio.

A viagem até à capital de Alfa Pendular, durou cerca de 2 horas e meia, e oscilei entre a leitura e sonhos leves, parecendo um autêntico zombie, se é que eles são assim…

Sai na estação do Oriente e entrei no primeiro táxi rumo ao aeroporto da Portela, onde já estavam as minhas irmãs, cunhado e um amigo, vindos da Ilha da Madeira nessa manhã. O voo era só às 15 horas, fui cedo demais, mas isso é secundário, a excitação era grande por reencontrar quem gosto muito e já não via há algum tempo, bem como pela própria viagem até uma cultura bem diferente.

Lá fizemos o check-in, despachando a bagagem que ia no porão e fomos ao duty-free comprar umas garrafas de álcool para o nosso bar privado, entre vodka e martini.

Passámos pelo controlo de bagagem de mão, algumas pessoas tiveram que tirar o cinto e as botas, felizmente não tive essa experiência.

O avião da “Air Memphis” descolou finalmente rumo ao país que é atravessado pelo rio Nilo, o país das tão conhecidas pirâmides e da estátua de Gizet. Após cerca de 5 horas voo, aterrámos no aeroporto de Hurghada, cidade que fica ao largo do Mar Vermelho, a Nordeste do Egipto. Foi provavelmente a pior viagem que fiz de avião… A fome imperou nos passageiros do voo Lisboa – Hurghada do dia 19 de Dezembro de 2005, facto que deve repetir-se vezes sem conta em todos os voos de longa duração da companhia “Air Memphis”…

No aeroporto todos os trabalhadores eram homens. Mulheres? Só passageiras.

Depois de cumprir com os formalismos do passaporte e de atribuladamente reaver a bagagem do porão, ida de autocarro até ao Hotel, isto quando já passava da meia-noite, hora local, 2 horas a mais que em Lisboa.

No “Club Marmara”, hotel de 4 estrelas, esperavam-nos os cozinheiros com um banquete variadíssimo, nós estávamos esfomeados mesmo!

Apesar da viagem e de todo o cansaço, ainda resistimos até cerca das 4 da manhã entre conversas e provas das bebidas egípcias até o sono falar mais alto…